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Tomb Raider: A Origem | Crítica



Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider) 
Elenco: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins, Daniel Wu, Kristin Scott Thomas 
Diretor: Roar Uthaug 
Estreia: 15 de março de 2018


★★

Poucas coisas são fatos em Hollywood. Uma delas é que hora ou outra um estúdio vai tentar adaptar uma história de vídeo games para as telonas. Como em tantas outras vezes no passado, o trabalho de adaptação foi fraco e tornou a obra como um todo cansativa e entediante. "Tomb Raider: A Origem" apenas reforça o conhecido estereótipo já mencionado acima. 

Lara Croft (Alicia Vikander, de "Garota Dinamarquesa") é a filha de um empresário desaparecido há anos. Na busca de saber o paradeiro de seu pai, Lara embarca numa aventura cheia de inimigos e armadilhas. Nesse meio tempo, ela descobre que uma organização mundial tenta tomar para si os poderes mágicos existentes no mundo.

Os destaques positivos ficam por conta da direção de Roar Uthaug ("A Onda", de 2015). Existe um mix de cenas onde os enquadramentos e movimentos de câmera se assemelharam a um gameplay do jogo em questão. Decerto esse recurso foi bem utilizado para aumentar a imersão do espectador em momentos cruciais do filme. As cenas de ação intensa são bem aliadas a uma trilha sonora bastante interessante, bem marcada e intensa.

A atuação de Vikander como a lendária personagem dos games é acertada, principalmente levando em consideração o reboot de 2013. Ela consegue transmitir as características não tão exploradas nos jogos e que foram levadas em consideração no filme. Contudo, toda construção de Lara Croft nos minutos iniciais chega a ser boba. O roteiro, escrito por Geneva Robertson-Dworet e Alastair Siddons é cheio de furos e coincidências mirabolantes. Os pontos onde a história avança sempre são acompanhados de uma "ajuda do escritor" em algum aspecto. Isso torna o filme entediante, pois com o desenrolar da trama, cada vez fica mais evidente ao espectador que, como em um vídeo game, as coisas se encaixam conforme o que for necessário para a história andar. Há alguns problemas de continuidade perceptíveis, inclusive. 

O subtítulo do filme em português é evidenciado bem no final do filme, infelizmente. Foi deixada de lado uma proposta de mostrar no desenrolar do longa que Lara estava apenas começando a se tornar algo maior ainda. Como que uma ideia adicionada no roteiro após toda a finalização, a história do filme não parece uma origem, até chegar talvez em seus últimos minutos. O conceito do vilão e do super-grupo malvado que quer dominar o mundo é tão genérico que tira toda a importância e peso da história. Não há uma uma verdadeira identificação de causa relacionada ao que a protagonista busca em seu arco. A mudança de perspectiva em relação ao seu pai é, talvez, um dos poucos elementos realmente materiais do roteiro e beira o interessante, mas logo se esvai.

"Tomb Raider: A Origem" não chega a ser um desperdício. Ainda é melhor que outros filmes adaptados de games, principalmente os mais recentes como "Assassin's Creed" e "Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos". Contudo ainda é perceptível que não há uma fórmula que funcione para essas adaptações, ficando à mercê de serem demasiadamente diferentes do jogo ou parecidas demais. Este filme peca no parecer demais. A sensação é que está sendo assistido cutscenes do jogo, se tornando ainda mais entediantes pois não há uma resposta do espectador, ou seja, um gameplay.





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