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Star Wars: Os Últimos Jedi | Crítica


Star Wars: Os Últimos Jedi (The Last Jedi)
Elenco: Mark Hamill, Carrie Fisher, Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac
Direção: Rian Johnson
Estreia: 14/12/2017 (Brasil)

★★★★★


São 40 anos de supremacia inquestionável. Talvez o maior absurdo de Star Wars é ir contra o sedutor sistema de adaptação cinematográfica. Ter uma narrativa original é a fonte que dá vida a saga e, em 2017, vai contra os modelos padrões de blockbuster e altas bilheterias.

Começando das famosas letrinhas amarelas, Rian Johnson (Loopers) tinha a missão mais difícil de sua vida: o filme do meio.  Os Últimos Jedi precisava ser a ponte perfeita entre um passado que o público já conhece e um futuro que pode seguir em várias direções.

Desde os primeiros minutos, é possível ver o rumo cenográfico que Johnson faz o longa tomar. A fotografia impressionante, juntamente aos efeitos especiais impecáveis faz jus a um Universo modernizado que essa nova trilogia traz. O enquadramento do filme é algo a se dar devido destaque. Os planos são muito bem colocados e os zooms perfeitamente posicionados durante todo o desenvolvimento do enredo. Além disso, as cores, escolhidas a dedo em cenas específicas, deixam as ideias do roteiro mais palpáveis e tangíveis.

E ao falar em roteiro, a história é muito bem construída e preenche as lacunas deixadas por seu antecessor. Os novos personagens são introduzidos de maneira leve e cuidadosa, sem que haja perda de identidade ou exagero de informações. 

Star Wars: Os Últimos Jedi é um filme que prega o equilíbrio e tanto Rian, na direção, quanto J.J. Abrams, na produção, souberam levar isso para fora da história. Toda a movimentação de cenários, inserção de detalhes e a incorporação da trilha sonora são calculadamente posicionadas para reforçar essa ideia de equilíbrio que o longa deseja passar.

Manter a mesma pessoa para a relação trilha x filme é uma jogada que a linha central da saga não se equivoca. John Williams mais uma vez se mostra altamente competente em realizar a sonoridade que rege Star Wars e inovar com pequenas, porém perceptíveis, particularidades inseridas nas músicas triviais desse Universo. Porém, apesar de tudo isso, o maior destaque do Episódio VIII talvez seja a volta triunfante de Mark Hamill e o desenvolvimento admirável de Daisy Ridley e Adam Driver.

Mark traz a essência de Luke Skywalker em uma versão velha, ranzinza e absurdamente forte. Luke não só tem uma participação importante como decorre sobre a significado de ser um verdadeiro Jedi. Daisy Ridley surpreende com sua atuação, principalmente nas cenas de ação. Graças à Daisy, é possível ver uma versão mais destemida e decidida de Rey e a ideia de mulher forte e representatividade feminina acaba sendo explorada com mais profundidade.

Longe de ser um novo Vader, Kylo Ren (Adam) é uma nova versão do Lado Sombrio. Saindo da ideia de "Medo, Raiva, Ódio e Sofrimento" descrito por Yoda - referindo-se a Anakin - como o caminho para o Lado Sombrio, Kylo mostra que a ambição extremista e o egoísmo puro também podem levar alguém à soberania Sith. A atuação de Driver, tanto nos diálogos como nas cenas de luta, faz com que o público torça para que surja um vilão realmente poderoso, deixando de lado a visão de garoto birrento e mimado apresentando em Star Wars: O Despertar da Força.

Em resumo, Star Wars: Os Últimos Jedi traz uma ideia de Força completamente diferente e elevada e uma conexão incrível entre os personagens. Cheio de referências à trilogia original, o longa tem tudo para consagrar essa nova fase. E se George Lucas afirmou que o filme é "lindamente feito", o público deve, no mínimo, pensar o mesmo.

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