Godless | Crítica
Godless
Elenco: Jack O’Connell, Jeff Daniels, Michelle Dockery, Scoot McNairy, Merritt Wever, Thomas Brodie-Sangster e mais .
Criação: Scott Frank.
Estreia: 22 de novembro de 2017.
★★★★
Mais uma minissérie chega ao
catálogo da Netflix dessa vez escrita e dirigida por Scott Frank (Marley &
Eu, Logan), que explora muito bem a vasta paisagem do velho oeste americano em
uma fotografia natural e cuidadosa muito agradável, juntamente com as diversas
situações contemporâneas da época, Godless mergulha no contexto do faroeste com
todos os típicos duelos, malabarismos com armas, mortes e o som de disparos
ecoando ao fundo da ‘terra de ninguém’.
Quem acompanhou os trailers e
pôsteres divulgados observou que havia uma grande aposta no poder feminino como
objeto central. Estes podem ter ficado com a sensação de que foram enganados ao acompanhar a série, já
que ela não corresponde ao marketing realizado (que sinceramente parece ser oportunista) .
Apesar de que a cidade seja
composta aproximadamente por mais de 90% de mulheres, o protagonismo se parte
de duas figuras masculinas, os homens tem mais espaço na tela e nos diálogos.
Mesmo não sendo algo para se surpreender, pois nesse gênero que se desenrola nos cenários
desérticos as coisas infelizmente acontecem dessa forma, o faroeste diferente potencializando
o empoderamento feminino que foi vendido na divulgação está bem distante do
produto que Godless realmente é.
O enredo gira entorno de um
bandido chamado Frank Griffin (Jeff Daniels) que aterroriza o oeste à procura
de um desertor de seu bando, Roy Goode (Jack O’Connell) que se tornou seu
inimigo mortal. Enquanto Roy se esconde no rancho de Alice Fletcher (Michelle
Dockery), Frank em sua busca incessante chega até La Belle uma cidade com
população formada em maioria por mulheres.
As mulheres que em breve momentos
fogem do estereótipo da época, mas em média mais se encaixam nos padrões do que
fogem deles. A representação girl power que foi usada para apresentar a série
fica por conta das personagens femininas com mais destaque: Mary Agnes (Merrit
Wever) e Alice Fletcher (Michelle Dockery).
A montagem dos sete episódios é
bem envolvente de modo que ínsita o espectador a chegar à conclusão da história.
A estruturação é muito coerente, principalmente em termos de divisão da trama
em capítulos, que variam na duração. Além disso, as boas atuações por parte do elenco,
que é em grande parte formado por britânicos, e tem um ótimo desempenho com
seus personagens de sotaque sulista. Contudo, caso não haja expectativa da épica
narrativa protagonizada por mulheres que as propagandas alimentaram, Godless ganha o mérito de uma boa
história (e muito bem produzida por sinal) de faroeste que vai agradar
principalmente os fãs do gênero.
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