IT - A Coisa | Crítica
IT - A Coisa
Elenco: Bill Skarsgård, Finn Wolfhard, Sophia Lillis, Jaeden Lieberher, Jake Dylan Gracer
Direção: Andrés Muschietti
Estreia: 07 de setembro de 2017
★★★★★
IT é a segunda adaptação da obra
homônima de Stephen King, antes o diretor Tommy
Lee Wallace levou o livro pras telas em 1990 num telefilme em 2 partes,
totalizando mais de 3 horas de duração. Por aqui o filme ganhou o nome de IT –
A Obra Prima do Medo e esse subtítulo é tudo que usaremos como comparação daqui
pra frente, porque foi isso que o filme dirigido por Andy Muschetti se mostrou, uma verdadeira obra prima do medo.
A história se passa na pequena
cidade de Derry, no Maine, onde uma série de desaparições começa a chamar a atenção de um grupo de
crianças, quando eles decidem investigar a situação e descobrem que um maligno
palhaço conhecido como Pennywise é o responsável pelos desaparecimentos.
A história do filme é centrada no
grupo, conhecido como Clube dos Perdedores, um grupo de crianças desajustadas e
que não encontra lugar onde vivem, restando-lhes fortalecerem um ao outro,
sendo a união do grupo o seu ponto forte. Essa é exatamente a alma do filme, a química
entre o elenco, que flui de maneira fácil e rápida, não demora muito pra nos
vermos envolvidos com os protagonistas e torcendo por eles em toda e qualquer
situação.
Nesse ponto, o elenco foi escolhido
a dedo e é ponto fundamental pro ótimo desenvolvimento do filme, caras
conhecidas do público como por exemplo, Finn
Wolfhard (Stranger Things) que consegue arrancar gargalhadas de qualquer
um, mesmo nos momentos de maior tensão. Vale destacar rapidamente também a
atuação de Jaeden Lieberher (Bill
Denbrough) e Sophia Lillis (Beverly
Marsh), enfim, todo o elenco traz um toque de espontaneidade e pureza ao filme,
mantendo o contraste entre o clima sombrio da cidade e a energia contagiante
das crianças.
Bill Skarsgård não fica atrás, o
ator que dá vida ao palhaço Pennywise está simplesmente fantástico no longa,
desde a risada atormentadora até os pequenos trejeitos do personagem, o simples
olhar de Pennywise já é mais que suficiente pra fazer você dar aquela segurada
firme na cadeira. Durante o filme não conhecemos muito sobre as ambições da
Coisa, mas isso é assunto para ser tratado num próximo filme, como apontam os
rumores recentes, o foco aqui está na relação entre o palhaço e o clube dos
perdedores.
Engana-se quem pensar
que IT se trata de um filme de terror, puro e simples, o terror apenas está ali
como parte da trama, como um atrativo, como um complemento. IT se trata de um
filme sobre amizade, um verdadeiro estudo sobre os medos, sobre como eles nos controlam
e nos moldam, sobre como podemos superá-los e do que somos capazes quando os
deixamos pra trás.
Cada personagem
vivencia tudo pela sua própria ótica, encarando seus próprios medos, somos
apresentados um a um à todos eles e a sensação que fica é de que, apesar de
alguns serem medos ligados à figuras especificas, a maioria deles está ligada à
traumas, que foram ou que são vividos constantemente pelas crianças e não são “coisas
de filme”, vemos isso no mundo real. É na união do grupo que eles encontram a
força pra superar seus medos, medos que às vezes nem eles sabiam que tinham,
mas no final das contas essa é a mensagem que a obra procura passar.
A direção de Andy Muschietti foi precisa e traz à
tona todos os elementos clássicos dos bons filmes de terror, aliado ao elenco
muito bem escolhido, tudo coopera para que o filme realmente funcione e que,
dessa vez, Stephen King possa sorrir aliviado na sessão, por ter sua obra muito
bem adaptada e muito bem cuidada. Resta agora, saber se o elenco escolhido para
a parte dois cumprirá a dura missão de manter o elo de veracidade criado pelo
atual, continuando a nos fazer acreditar no Clube dos Perdedores, torcer por
eles e querer ser um perdedor também.
Pra nossa sorte, não
precisaremos esperar 27 anos, 2019 é logo ali.
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