Os Defensores - 1° Temporada | Crítica
Os Defensores – 1° Temporada
Elenco: Charlie Cox, Krysten Ritter, Mike Colter, Finn Jones, Elodie Yung, Sigourney Weaver.
Criação: Douglas Petrie e Marco Ramirez.
Estreia: 18 de agosto de 2017.
★★★★
Finalmente chegou ao catálogo da
Netflix, seu “ato final” de um planejamento que se iniciou lá em 2015 com a
primeira temporada do Demolidor e
passou por Jessica Jones, Luke Cage e a conturbada Punho de Ferro para culminar na
primeira adaptação para as telas dos Defensores.
A gigante do streaming tinha duas
missões muito bem definidas para essa série, além de entregar um bom produto,
como se tornou sua marca registrada ao adentrar no universo dos super heróis,
também precisava corrigir alguns problemas que aconteceram exatamente em sua
última série do gênero, a já citada Punho de Ferro.
Mas Defensores não apenas
corrigiu os problemas de sua antecessora, como também se mostrou uma minissérie
incrivelmente bem equilibrada, recolocando o universo de heróis da Netflix nos
trilhos, utilizando-se do melhor de cada personagem e possuindo o ritmo certo
para cada apresentação e desenvolvimento, apesar de já conhecermos praticamente
todos os personagens apresentados.
A ideia principal da temporada é
clara, não se afobar. Aqui, o fato de conhecermos os personagens não foi usado
para pular todas as apresentações e pular diretamente para a pancadaria
desenfreada, convenhamos, queremos ver pancadaria, mas não adianta se não
estiver bem inserida num bom enredo em torno dos vigilantes de Nova York.
Durante a primeira metade da
temporada, vamos revivendo os mundos e as personalidades de Jessica, Luke, Danny e Matt, pouco a pouco e, claro, sem deixar
de lado o desenvolvimento do lado vilanesco, que mais uma vez retoma o segmento
já iniciado nas séries solo e reúne elementos de todas, o que nos faz entender
o porquê de cada um dos Defensores toparem a ideia da improvável reunião de
personalidades tão distintas.
Esse é exatamente um dos pontos
fortes da série, as motivações e personalidades divergentes dos super heróis e
ao mesmo tempo seu objetivo em comum, todos eles amam a cidade e a protegem de
forma diferente, mas ao longo dos episódios entendem pouco a pouco que nem
todas as ameaças podem ser contidas por apenas um deles.
A paciência também gera mais um
ponto incrivelmente positivo, a química entre os personagens vai surgindo de
forma natural e muito realista, todo mundo que lê quadrinhos sabe do verdadeiro
bromance entre Punho de Ferro e Luke Cage, mas aqui vamos vendo aos
poucos que a interação entre eles, apesar de serem mundos incrivelmente
diferente, vai fluindo exatamente dessas diferenças. Dessa forma fica mais
fácil acreditar que quatro pessoas tão danificadas possam realmente trabalhar
juntas.
Os coadjuvantes e ajudantes
também estão todos presentes e não apenas para fazer figuração, todos são parte
do motivo pelo qual a equipe precisa se juntar e cada um contribui de sua forma
para o andamento da trama ou exatamente para dar rumo a cada um dos Defensores
a respeito de qual caminho seguir.
A trama da história passa longe
de ser complicada e nem precisaria, aqui, muito mais do que um trama
intrincada, o telespectador recebe algo
coeso com tudo que já foi apresentado ao longo dos anos e encontra desfechos satisfatórios,
não havendo assim nenhum comprometimento no enredo.
Em síntese, Defensores consegue,
ao mesmo tempo que ser uma série perfeita pra quem apenas quer ver uma boa ação
de heróis, manter o universo Marvel na Netflix incrivelmente bem elaborado e
resolve diversas questões abordadas nas temporadas anteriores, além de lançar incríveis
pontas para o futuro das séries solo, com muitas referências que serão
rapidamente notadas pelos entendedores de quadrinhos e que logo serão
explicadas para aqueles que imergiram apenas no universo das séries. Mais uma
vez a parceria Marvel e Netflix acerta em cheio com seu ótimo planejamento,
mostrando que talvez, o futuro dos heróis esteja mesmo no streaming.
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